terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O SEGREDO DO TEMPO

O sol avança a quinze graus por hora,
Trazendo, a reboque, o novo ano;
Do oriente ouvem-se os clarins da aurora,
Pondo a tremer todo ser humano.

Por que tremes, ó homem valente,
Como um caniço agitado pelo vento;
Não sabes que sou o senhor do tempo,
O “sol nascente...”, o Deus clemente?

Por que tremes diante do futuro
E o amanhã sempre te mete medo?
Não sabes que o amanhã a mim pertence,
E que o futuro é meu melhor presente?

Por que tremes, ó homem valente?
Curva-te diante da Verdade,
Abandona a soberba e a vaidade,

Aceita minha eterna provisão
De amor, de paz e redenção
E vive aqui na terra a eternidade.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DESPEDIDA DE FINAL DE ANO

Nesta antevéspera do Natal.
Encerram-se as rotineiras atividades;
O ano está no seu momento final,
Dos bons eventos ficam saudades.

Paira no ar um pouco de nostalgia,
“Boas festas, Feliz Natal! Paz e alegria!”
São as frases mais freqüentes,
Entre abraços e muitos presentes.

Mais um ano se finda e na rotina.
Do arcano, outro ano se aproxima;
Para todos, um presente de Deus.

Expectativa de vida abundante...
Saúde, paz e alegria no ano entrante
Desejamos a você e a todos os seus.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

VISITA À CIDADE DE GARANHUNS

Como é bom rever Garanhuns, a cidade
Espraiada desde os altos do Magano,
E relembrar os bons tempos de antanho
Onde vivi os ledos anos da mocidade.

Como é bom ser recebido pelos amigos
E parentes que ali ficaram, e unidos,
Sentar-se à mesa farta e ouvir estórias
Das grandes perdas e das últimas vitórias.

Como é bom rever as alamedas,
Caminhar por antigas veredas
E deixar-se enganar pela ilusão
De que nada mudou desde então.

A cidade cresceu de forma tamanha
Que ocupou o vale e a montanha;
Asfaltou suas ruas e abriu avenidas,
Encurtando distancias de outras vilas.

Onde, o apito do trem nas quebradas;
Imitando o soluçar de jovens viajantes
Que partiam para viver noutras plagas;
E lançar sorte em terras distantes?

Ó, passado cruel que rouba da memória,
Os nomes dos personagens da história;
Evocando a lembrança de algo distante,
Pontuando de lágrimas o idoso visitante.

O progresso transmudou a bela Cidade.
Emocionado, registro aqui minha saudade,
Levando na lembrança a imagem querida
Dos que nos deram fraternal guarida.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


TEMPO DE COLHEITA

Para muitos, a velhice é tempo de inverno;
O tempo dos ais, o tempo dos temores;
Mas para os sábios e otimistas
É o tempo fecundo das colheitas,
Das surpresas, das maravilhas e das flores.

A velhice chega tão de mansinho,
Como flocos caindo no caminho.
No inverno, quando amanhece,
Tudo fica coberto de neve.

Mas a velhice, a tudo torna belo,
Pelo efeito do sol poente;
Pois o defeito se esconde
No crepúsculo do outono fenecente.

Portanto, seja sempre jovem...
Qualquer que seja sua idade,
E viva hoje os belos sonhos
De sua eterna mocidade.

sábado, 24 de outubro de 2009

UM ENCONTRO EM TIBERIADES
(João 21:1-23)

O SOL JÁ DESPONTARA NO HORIZONTE,
AFUGENTANDO AS SOMBRAS DA NOITE
E UM RITIMADO MARULHAR DE ONDAS,
ESPRAIAVAM-SE SUAVES EM TIBERIADES.

UM VULTO CAMINHAVA NA PRAIA DESERTA,
DEIXANDO MARCAS NAS AREIAS CANTANTES.
OS PASSOS FIRMES E TRIUNFANTES.
DO MESTRE QUE DA MORTE TRIUNFARA.

AO LONGE, A SILUETA DE UM BARCO DE PESCA
QUE RETORNA DE UMA PESCARIA INCERTA;
QUEBRANDO O SILENCIO, INDAGA O MESTRE:
FILHOS, TENDES AI ALGUMA COISA DE COMER?

NÃO! É A RESPOSTA DESANIMADA,
NADA PEGAMOS E NÃO TEMOS NADA.

LANCAI A REDE À DIREITA DO BARCO E ACHAREIS.
CONFIANTES OS PESCADORES OBEDECEM
E PARA SURPRESA, AS REDES SE ENCHEM
TÃO GRANDE ERA A QUATIDADE DE PEIXES.

JOÃO DIZ A SIMÃO PEDRO: VEJA, É O SENHOR!
E ESTE, CINGINDO-SE, LANÇA-SE AO MAR,
ENQUANTO OS OUTROS,TRAZEM COM VIGOR,
OS PEIXES QUE ACABARAM DE APANHAR.

NA PRAIA, UM BRASEIRO E, EM CIMA, PEIXE E PÃO.
E JESUS LHES DIZ; VINDE TODOS E COMEI,
COMPARTILHAI COMIGO E NADA TEMEI;
EIS AQUI A MINHA ETERNA PROVISÃO.
...

PEDRO TU ME AMAS, MAIS QUE ESTES?
PERGUNTA JESUS POR TRES VEZES;
“SIM, TU SABES QUE TE AMO, COM CERTEZA",
RESPONDE PEDRO, COM GRANDE TRISTEZA.
POIS NEGARA O SENHOR POR TRES VEZES .

EIS A PERGUNTA CONTUNDENTE
QUE JESUS FAZ A TODO CRENTE:
TU ME AMAS DE TODO O CORAÇÃO,
PARA SERGUIR-ME INTEGRALMENTE?

sábado, 19 de setembro de 2009

UM INCIDENTE EM BETÂNIA
Lucas 10:38-42

Num povoado chamado Betânia,
Na casa de Lázaro, Marta e Maria
Hospedava-se Jesus, certo dia;
Para descansar de sua longa porfia.

Reunido na sala, com os discípulos,
Jesus falava do reino de Deus...
E Maria quedava-se assentada a seus pés,
Ouvindo os ensinamentos seus.

Marta, no entanto, com seus cuidados
Agitava-se, servindo os convidados.
Senhor, ordena a Maria que me ajude, exclama,
Pois grande e exaustiva é a minha faina.

Mas, Jesus, solicito,lhe responde,
Marta, Marta, por que te inquietas,
E com tantas coisas te ocupas?,
Pouco é preciso e já temos bastante.

Tua irmã escolheu a melhor parte:
Alimentar a alma, em primeiro lugar;
Tudo mais lhe será acrescentado
E este lugar nunca lhe será tirado.

Que preciosa lição Jesus nos ensina:
Escolher entre o bom e o melhor;
Não colocar o dever e a disciplina
Acima da comunhão e do amor.


Besaliel F. Botelho
18 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

SEMANA DA PÁTRIA

SAUDACAO À BANDEIRA

Eu te saúdo, consagrada Bandeira,
Símbolo maior da Pátria Brasileira.
De minha terra, o auriverde pendão.
A ti elevo meus olhos e meu coração.

Em qualquer lugar onde eu esteja,
No solo pátrio ou no estrangeiro;
Ao ver-te, tremulando altaneira
Sinto orgulho de ser brasileiro

Mastreada no topo da esperança,
Desenhada no peito de uma criança
Me despertas o desejo do retorno
E me apontas o caminho do regresso.

Ordem e Progresso é teu fanal
Tuas cores lembram a natureza:
A verdura perene das planícies;
O dourado da riqueza nacional

O azul lembra o céu cor de anil,
O clima ameno e acolhedor do Brasil
E as estrelas, em formato de Cruzeiro,
Orientam o caminho ao marinheiro.

Vendo-te, hoje, desfilar garbosa
Ladeada por bandeiras mil
Rogo a Deus que te bendiga
E brado: Pátria amada, Brasil!

Besaliel F. Botelho
7 de setembro de 2009

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O MÉDICO PEDIATRA

Um chamado numa noite fria
Uma mãe clamando ao telefone:
Doutor, venha aqui depressa!
Meu filho tem febre e o peito chia.

Por cima do pijama, o jaleco,
Ao pescoço, o estetoscópio
Na agenda, rabisca um recado
E sai para a noite e o vento gelado.

Nas cidades do interior
As distancias são curtas;
As ruas estreitas, luz escassa
E cães ladram na praça.

Finalmente, a casa aparece
E a mãe o espera no terraço
Com o filho febril no regaço
Murmurando baixinho uma prece

Qual anjo do Deus clemente
O medico examina o paciente,
Nariz, garganta e ouvido, com cuidado
E diz: calma, é apenas um resfriado.

Homenagem ao Dr. Mário Bueno
Pediatra de Campinas
MEU FILHO ADOLESCENTE

Meu filho não é mais uma criança.
Vejam quanta mudança...
Corpo e mente se transmudam.
Pernas e braços se alongam,
Tudo para ele é complicado,
Anda gingando de um lado
Mas no esporte é medalhado.


Estima seus longos cabelos.
No orkut encontra amigos,
No facebook posta recados,
Na internet é expert em games,
Acessa sites de videogames,
E a galera do mal, combate,
Falando sempre a verdade.

Seu humor é inconstante,
Muda a cada instante,
Ama todos a sua maneira,
Leva tudo na brincadeira.
Costuma dizer, orgulhosamente:
“Sou da UPA da Guanabara
Sou um jovem crente, Cara!
Beleza! Sou adolescente”.

Rev. Besaliel F. Botelho

sábado, 1 de agosto de 2009

MEUS POEMAS

JOÃO BOTELHO, MEU PAI

Que direi de meu pai...
Daquele que me gerou?
- Abro os portais do coração,
Dou asas ao pensamento,
Vôo na contramão do tempo
E versejo sob forte emoção.

João Fausto era seu nome,
Filho de Maria e Francisco,
Botelho, seu sobrenome.
No inicio do século nascido,
À jusante do rio Capibaribe,
Município do grande Recife.

Eis seu perfil e retrato:
Homem de bem e de bom trato,
Sistemático, honesto e expedito,
Caráter sem dolo nem trapaça,
Estimado no lar e na praça,
Pai amoroso, dedicado e amigo,

Com seu bom exemplo paterno,
Seu jeito de ser exigente e austero
Nos ensinou as regras do bem viver.
Diligentemente, nos supriu de pão;
Nos indicou o caminho da salvação,
E na fé em Cristo nos fez crescer.

Meu pai morreu precocemente,
Deixando os filhos na orfandade.
Sua imagem apaga-se lentamente,
No coração fica apenas a saudade.
Hoje, recebendo dos filhos parabéns,
Dou graças a Deus por meu pai também.


Besaliel F. Botelho
Dia dos Pais
Agosto de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

quinta-feira, 9 de julho de 2009


ENTRADA TRIUNFAL

Eu estava lá com os peregrinos.
Jesus descia o monte das oliveiras.
A multidão cantava Hosanas e os meninos
Agitavam ramos de palmeiras.

Montado numa cria de animal de carga,
Nunca dantes usado para tal,
Cavalgava Ele para a entrada triunfal,
Cumprindo profecia messiânica.

Na curva da estrada, se descortina
A cidade banhada pelo sol da matina.
Cujos raios se refletem na cúpula dourada
Do templo de Herodes, o Tetrarca.

Da encosta do monte Jesus podia ver o horto
E a sombra sinistra do calvário,
Onde mais tarde seria crucificado e morto,
Dando sua vida em sacrifício vicário.

Então eu vi Jesus chorar, e em alta voz
Clamar: Jerusalém!, Jerusalém!
Ah! Se conheceras hoje o sumo bem,
Aquele que pode te dar a verdadeira Paz!
...
Por isso, ainda hoje cantamos:

“Com vivas te acolheram ás portas da paixão,
E nós cantamos hoje louvor com gratidão.
Assim como aceitaste do povo a saudação,
Aceita o nosso canto de grata exaltação.” (*)

Besaliel F. Botelho
Páscoa de 2009
(*) HCC 123

quarta-feira, 8 de julho de 2009


ESPERANÇA

A Esperança é como a Justiça;
Horizonte que não se alcança,
Mas que faz toda a diferença
Entre o viver e o morrer.

A Esperança é irmã da poesia
Que esconde toda alegria
Em cada verso, em cada rima,
Dizendo tudo, sem nada dizer.

A Esperança é dia que amanhece
Após uma noite de padecer;
É a última coisa que se perde,
Mas que ninguém a quer perder.
...

Ó grande Deus!...
Tu és minha eterna Herança;
Minha única Esperança
De um dia, em Ti renascer.

Versos escritos após cirurgia
Em 19 de março de 2008

segunda-feira, 6 de julho de 2009





HÉSTIA E HERMES

A vida é um contínuo plantar e colher;
Terra fértil, onde os sulcos
Abertos pela lâmina do arado
Recebem o grão dourado;
Num misto de dor e de prazer.

Como a noiva, na antiga Grecia,
Agachada a sombra da lareira
Suplicante, a mulher estrangeira
Recebe o tragesmata da clã
Ministrado por Héstia, a Guardiã.

Hermes está à porta vigilante,
Queimado pelo sol, o arco retesa
Corre pelos campos, busca a presa,
Espanta os inimigos do lar paterno
E faz da guerra seu melhor instante.

Héstia e Hermes, divindades antigas
Simbolizam o gênero na criação:
A mulher, o interior, a beleza, o abrigo
O homem, o exterior, a força, o amigo.
Ambos conduzidos por bondosa mão.

Curso de História Cultural
UNICAMP 2006
Besaliel F. Botelho

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A VIDA NÃO ME DEVE NADA...
(LIFE OWES ME NOTHING)

A vida não me deve nada.
De nuvens ou de céu brilhante,
Já tive o meu cálice completo e trasbordante;
Houve dias em que ri, houve dias em que chorei,
Provei de tudo, aprendi a escolher, e muito amei.
De muitas maneiras, vivi grandes alegrias
E muitas maravilhas encheram os meus dias.

A vida não me deve nada.
Dor nenhuma em minha história
Pode roubar a riqueza dos portais da glória;
Angústia alguma, nem uma infeliz lembrança
Pode extinguir o ardor da alma criança
Que ainda vibra em mim, e nada reclamo:
Abraço a vida, e a morte tornar-se-á em ganho.

A vida não me deve nada.
Em bela manhã, ao nascermos,
Ocorre um milagre, que já é razão para agradecermos!
Sejam noventa trinta ou dez os meus anos,
Não preciso indagar de Deus, os seus planos:
Enquanto a vida for minha, eu a acharei excelente,
E saúdo cada manhã, agradecido e contente!


Autor Desconhecido, Original em inglês
Traduzido por J.W. Faustini
Adaptado por Besaliel F. Botelho

terça-feira, 30 de junho de 2009

Rosas amarelas, símbolo da saudade,
cultivadas por yvonne Brandes, em sua casa de Fairlawn. New jersey, USA

“Amamos tanto as estrelas que não temos medo da noite.” S.W.

UM RISCO QUE VALE A PENA

Nossa vida é estruturada de tal forma que, de um momento para o outro, a dor da separação vai nos alcançar.
Quando investimos amor em outras vidas humanas, temos de aceitar o risco de um dia nos separarmos delas. Amar é expor-se à possibilidade de sofrer. Mas a beleza do amor vale esse risco. Deixar de amar para não se expor à dor da saudade, é como nunca se ter vivido. A saudade é o preço que pagamos pelo amor.
Você está vivendo um momento de saudades. Alguém que você muito amava partiu. Mas valeu a pena. A ternura do companheirismo, o toque de uma mão amorosa, até mesmo o calor da respiração do ser amado, tudo isso, valeu muito a pena.
O poeta Rubens Alves nos diz que a saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela amou e perdeu. Mas, se ela amou, isso está destinado à eternidade.
A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo.
A tristeza faz parte de nossa vida. Não a podemos evitar. Nunca estamos realmente preparados para a morte de alguém. E quando ela ocorre, nosso equilíbrio emocional é grandemente abalado.
Mas nossas lágrimas não devem ser lágrimas de desespero, e sim, lágrimas de saudade.
O verdadeiro cristão ama porque confia que seu Pai celestial o haverá de confortar e ajudar quando a pessoa amada tiver de partir. Ele é o Deus de toda a consolação.
Esta mensagem chega ao seu coração, como um bálsamo ministrado pelo Espírito Santo para curar as feridas causadas pela separação do ente amado.
Recordamos as palavras do salmista: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”

quinta-feira, 25 de junho de 2009
















Pintura de Jasiel Botelho

PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
(Lucas 15:3-6)

Certo Pastor tem no aprisco cem ovelhas;
À frente do rebanho, de cajado ao ombro
Conduze-as às águas de descanso
E aos pastos verdes nas montanhas.

À tarde, quando o sol se deita no horizonte,
Conta as ovelhas chamando-as pelo nome.
E para que não sofram a aridez do deserto,
Cuida das pequeninas com paternal esmero.

Durante a noite as guarda em abrigo seguro.
E á porta do aprisco deitado, o bom pastor
Protege com seu próprio corpo
O rebanho do feroz devorador.


Certo dia, ao fazer a chamada final,
Nota a falta de uma ovelha querida,
Que desgarrada do rebanho ficou retida
Pelas garras ferinas de um denso espinhal.

No aprisco de pedras cercado no campo,
Deixa as demais ovelhas em descanso
E, arriscando sua própria vida,
Vai em busca da ovelha perdida.

À beira de um grande precipício
Encontra sua ovelha desgarrada
Que balia ferida e assustada,
Morrendo de fome e tremendo de frio.

Vendo-a o Pastor seu cajado estende,
Resgatando-a da morte iminente,
E tomando nos braços a ovelha carente,
Ao aprisco regressa pressurosamente.

Chegando a casa, reúne os vizinhos,
Dizendo-lhes: regozijemo-nos amigos,
Pois encontrei minha ovelha perdida
E libertando-a, lhe restaurei a vida.

Esta parábola Jesus Cristo contou
Para nos ensinar da alma o valor,
Dizendo que há muito regozijo no céu
Pelo arrependimento de um só pecador.

Besaliel Fausto Botelho
Inverno de 2009

sábado, 20 de junho de 2009



A VIDEIRA VERDADEIRA
(João 15)

Crescem nas encostas as videiras
Onde também frutificam as oliveiras.
Uma vide de mudas importadas;
Uvas cor de púrpura sazonadas.

O agricultor lança mão ao arado
Remove os entulhos e as pedras
Estende a cerca, bate as estacas
Protege das raposas, o cercado

Escolhe as mudas, planta e espera
Até o tempo da poda na primavera;
Quando o tronco fica sem formosura
Mas no verão cobrir-se-á de verdura

E o clima ameno e ensolarado
À umidade do orvalho somado
Completam de Deus a providência
Garantindo ao fruto sua excelência,

No fim do outono os frutos virão;
E no lagar, as uvas esmagadas
Em bom vinho são transformadas,
Alimentando a alegria do coração.

Então a família se reúne na torre
Pelas sombras da sebe acolhida
Festeja a vindima abundante,
E celebra as alegrias da vida

“Eu sou a videira. Vós os ramos”
Disse Jesus a seus discípulos
Junto a mim deveis permanecer.
Pois sem mim nada podeis fazer,

Besaliel F. Botelho
Verão de 2005



A CHUVA CHEGOU!

A chuva chegou! A chuva chegou!
E de repente tudo fica molhado...
O céu de nuvens inundado
Salva a terra em seu último estertor

As estradas cinzentas de pó;
E os riachos a mostrarem seu leito
De duras pedras polidas feito,
Onde as águas choravam de dó;

A chuva chegou! Que beleza!
Vinda do espaço inunda a natureza.
Canta chuva que a terra te escuta
E dançando, de alegria soluça.

Chuva benfazeja, as árvores te saúdam,
Sacudindo seus ramos agora verdes.
Pois no longo estio, suas raízes enxutas
Escondiam na seiva as flores e as frutas.

Ouço a chuva cantando no telhado.
E pela cadência dos pingos, embalado
Durmo sereno, calmo e protegido,
Dizendo: Meu Deus, muito obrigado!

Oh! A chuva chegou que alegria!
Oh! A chuva chegou, vou cantar.

Besaliel F. Botelho
(Paráfrase do poema de J.J. de Araújo Jorge de igual título)

segunda-feira, 15 de junho de 2009




“EIS QUE TUDO SE FAZ NOVO”

Soam no campanário doze badaladas,
Lentas e saudosamente marcadas,
Em coro, regressivamente contadas,
Acompanhadas de fogos de artifício.
Nos últimos instantes do ano findo.

Nas casas, nas ruas e nas praças,,
Ouvem-se os gritos de alegria do povo,
Dando o primeiro abraço do ano novo.
Cantam ao ritmo de antiga melodia,
Sufocando a tristeza e a melancolia.

O cone de luz avança desde o oriente
Engolindo as densas trevas da noite;
Cedo, raios no horizonte despontam,
Ofuscando a visão de sonolentos
Foliões que do reveillon retornam.

Mais um ano se finda no calendário.
“Eis que tudo se faz novo” diz o criador:
Nova agenda, novo tempo, novo anuário.
E Deus que tudo vê, dá a todos sua mercê:
A bênção inaudita de mais um alvorecer.

Besaliel Fausto Botelho



MENSAGEIRO VIRTUAL

Vai, poema meu querido,
Mensageiro de paz recém-nascido;
Vai pelo mundo a fora,
Vai sem mais demora,
Vai centelha de luz
Dizer a todo o mundo
Que Natal é o natal de Jesus.

Eu te criei nesta manhã de domingo,
Na véspera do dia de Natal.
Atropelei a rima e quebrei a métrica,
Mas te dotei de beleza poética,
Para levares meu abraço natalino
A cada internauta peregrino.

Vai, poema meu querido...
Navega na rede da internet,
Sobe até o mais alto satélite,
E em cada endereço, à terra desce.

Vai, poema meu querido...
Espero que ninguém te delete,
E se um dia à minha caixa voltares
Traz anexo os teus vagares.

Besaliel Fausto Botelho
Natal de 2006
SAUDOSO SACRÁRIO

Mãe, tu és meu saudoso sacrário,
Uma pérola de inestimável valor;
Registro neste poético relicário,
Gratidão por teu incondicional amor.

Tu me aleitaste com o sumo da vida,
Cobristes-me com os teus cuidados,
Consolaste-me com os teus afagos,
Deste-me segurança e guarida.

Neste dia, de teu regaço distante,
Gostaria de ver-te por um instante
E de sentir teu maternal carinho.

Mas não quero, por egoísmo,
Afastar-te do eterno paraíso
Onde habitas na paz do Senhor.



Besaliel F. Botelho
Dia das mães de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

O PRIMEIRO MILAGRE

Nas bodas de Caná da Galiléia,
Atendendo a um pedido de Maria,
Jesus faz sua oportuna estréia:
Mudando a tristeza em alegria.

Acabou o vinho, diz pressurosa.
Que tenho eu com isso, mulher?
Inda não é chegada minha hora.
Fazei tudo quanto ele vos disser.

Tragam as talhas da purificação!
Encham-nas de água da fonte.
O fruto da vide é meu presente.
Tirai e levai ao mestre, no salão.

Quando este o novo vinho degusta,
Vai ao noivo e curioso indaga,
A origem do vinho saboroso,
Guardado para o melhor da festa.

Do milagre, só Maria e os serventes
Sabiam, que Jesus transmudara
A água das talhas em bom vinho,
Iniciando o ministério do Caminho.
...
Mais tarde, diria aos discípulos:
Eu sou a videira e vós os ramos;
Permanecei ligados a mim. E então
Dareis frutos de alegria e salvação.
E diria mais, na ultima páscoa,
Quando instituiu a eucaristia:
Este cálice é a nova aliança... Assim
Fazei isto em memória de mim.



Besaliel F. Botelho
6 de junho de 2009