segunda-feira, 22 de março de 2010

SAUDADES DE CASA

Na solidão do alojamento
Numa tarde fria de inverno,
Volta o pensamento ao lar materno
Tão distante, no espaço e no tempo.

Grande nostalgia invade sua alma.
Que estariam fazendo agora,
Neste momento, nesta hora?
Era a pergunta recorrente
Que lhe fazia perder a calma.

Embalada por devaneios, adormece.,
O telefone toca e ela desperta,
Do outro lado da linha
Uma voz querida exclama: Quésia,
É mamãe quem fala!

Então o milagre acontece:
Transmuda-se a nostalgia,
A tristeza foge pela janela
E o coração salta de alegria.

Momy, é você, meus amores?
Queria tê-la ao meu lado neste instante,
Sentir seu abraço aconchegante,
E dividir consigo os meus temores.

São tantas as novidades da jornada
Que as palavras se atropelam na mente...
E ignorando os impulsos da chamada,
O bate-papo flui alegre e docemente.

Todos aqui pensam que eu sou tímida.
Ninguém aqui fala minha língua,
Tento me comunicar por mímica.
E eu que gosto de falar pelos cotovelos,
Vivo a conversar diante dos espelhos.

Diga a “Kize”, minha sósia tagarela,
Que mando um Kiss para toda a “Galera”.
Diga também a Quely que sinto falta dela
E para você, momy, Mil beijos, da Quésia.


Escrito para Quésia quando ela acabara de chegar
No internato da escola, na Califórnia.
1º. de janeiro de 2009

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