segunda-feira, 6 de julho de 2009





HÉSTIA E HERMES

A vida é um contínuo plantar e colher;
Terra fértil, onde os sulcos
Abertos pela lâmina do arado
Recebem o grão dourado;
Num misto de dor e de prazer.

Como a noiva, na antiga Grecia,
Agachada a sombra da lareira
Suplicante, a mulher estrangeira
Recebe o tragesmata da clã
Ministrado por Héstia, a Guardiã.

Hermes está à porta vigilante,
Queimado pelo sol, o arco retesa
Corre pelos campos, busca a presa,
Espanta os inimigos do lar paterno
E faz da guerra seu melhor instante.

Héstia e Hermes, divindades antigas
Simbolizam o gênero na criação:
A mulher, o interior, a beleza, o abrigo
O homem, o exterior, a força, o amigo.
Ambos conduzidos por bondosa mão.

Curso de História Cultural
UNICAMP 2006
Besaliel F. Botelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário