domingo, 28 de outubro de 2012

COMEMORANDO O DIA DA REFORMA




Eclodiu na Alemanha, em 1517, a Reforma Protestante.

Quando o monge agostiniano, Martinho Lutero,

Afixou, no portal da Abadia de Wittenberg, 95 teses,

Questionando a pratica da fé cristã dominante.



Gutenberg, o inventor da imprensa,

Cuidou de imprimir a Escritura Sagrada

Desde a muito, no altar da grei acorrentada,

Para ser pelo povo lida e consultada.



A Bíblia, traduzida, para o vernáculo, por Lutero

Prestou grande serviço a nação,

Pois além de propagar a fé cristã,

Deu forma e unidade a língua alemã.



Na Europa surgiram, outros reformadores:

Zwinglio na Suíça, John Knox na Escócia,

João Calvino e Guilherme Farel em Genebra,

Sem mencionar os mártires precursores.



A salvação é pela fé!, clamava Lutero na Abadia,

As obras meritórias são de nula valia;

Somente a fé no sacrifício redentor,

Pode resgatar e salvar o pecador!



Colombo descobre a América e o Evangelho é levado,

Para o Novo Mundo, pelos pais peregrinos;

Calvinistas (Presbiterianos), Anglicanos e Luteranos,

Formam o grupo chamado de protestantes reformados.



Ao Brasil, chega a Reforma Protestante

Trazida por missionários americanos;

Em 1859, Ashbel Green Simonton

É o primeiro missionário presbiteriano.



Cada ramo da igreja cristã é um lado

Visível da invisível Igreja de Jesus Cristo.

Por isso, comemoramos a reforma com alegria e gratidão,

Louvando e glorificando a Deus pela eterna redenção.



Besaliel F. Botelho

Outubro de 2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DIANTE DO ESPELHO




Quanto estou diante do espelho,

Quem está a olhar para mim? O que vejo?

Vejo uma imagem imperfeita de mim mesmo.

Refletida na moldura do espelho.



Quem é este que tanto me espreita?

Por que imita meus gestos e mostra meus defeitos?

Por que me olha em tom de censura,

Fazendo-me sentir culpado de minha postura?



Já não faz diferença entre a noite e o dia.

Tudo igual, no rosto, sempre o mesmo olhar.

É como se estivesse a perguntar:

E então, José? E agora, Maria?



Antes não era assim. O espelho oval

Mostrava-me um ser alegre e jovial,

Cabelos penteados a moda da época,

Olhos exigentes, atentos à perfeição

E um olhar sublime de aprovação.



Quando jovem, gastava tempo no espelho,

Pois me sentia feliz e confiante

Era o meu melhor amigo e confidente,

A quem costumava pedir conselho.



Hoje, já não sinto prazer em estar diante dele.

Não quero mais ouvir suas “mentiras”

Quando mostra as rugas próprias de minha idade,

E me faz consciente de minha senilidade.



Espelho, espelho meu!

Responde com sinceridade:

Este homem que eu vejo, sou eu?



Besaliel F Botelho

Agosto de 2012

NÃO SOU DONO DE MEU TEMPO




Por favor, digam-lhe que não posso ir,

Não é possível, é totalmente impossível;

Que sinto muito, mas não posso ir hoje a seu encontro.

Contem-lhe que há crianças em pranto,

Que há sofrimento, desesperança, e desgraça.



Façam-lhe ver que é preciso que eu esteja alerta,

Pronto a socorrer, a amar, a morrer se for preciso.

Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou

Não é porque não queira: ela sabe disso;

É porque há um inocente num cárcere;

Há jovens drogando-se na praça.



Como gostaria de estar com ela agora,

De abraçá-la e beijá-la como outrora;

Mas não posso ir. Tenho uma missão a cumprir

Não sou dono de meu tempo, nem de mim mesmo”



Besaliel F. Botelho

Plagiando Vinicius de Morais

Em seu poema: “Mensagem à Poesia.”



O OUTONO












Folhas coloridas embandeiram a natureza,

Ventos frigidos açoitam as folhas maduras.

Picos nevados já molduram as alturas;

E o outono exibe sua melancólica beleza.



Folhas desmaiam e soltam-se das árvores,

Um tapete multicolorido cobre tudo de beleza;

Passantes, indiferentes à arte da natureza,

Correm apressados para seus lúdicos afazeres.



Assim, também, é a vida, em seu moto continuo;

Na natureza, as estações, na vida, as gerações;

Esta perpetua a existência, aquela, a providência.



As estações nos lembram o círculo da vida:

O outono, que somos seres evanescentes,

A primavera, que com Cristo, ressurgiremos, um dia.



Besaliel F. Botelho

22 de outubro de 2012











CANTO DO POETA PEREGRINO




“Caminhante, não há caminho.”

Diz o poeta de um país vizinho;

“Faz-se caminho ao andar”.



Sou um poeta peregrino,

Passo a passo, verso a verso.

Meu destino é versejar.



Quando ouso olhar para trás,

Vejo somente pegadas, nada mais

Que ondas espraiadas virão apagar.



Caminhante, não há caminho,

Faz-se caminho a andar.

Peregrino, teu destino é caminhar.





Besaliel F Botelho

20/09/2012