DIANTE DO ESPELHO
Quanto estou diante do espelho,
Quem está a olhar para mim? O que vejo?
Vejo uma imagem imperfeita de mim mesmo.
Refletida na moldura do espelho.
Quem é este que tanto me espreita?
Por que imita meus gestos e mostra meus defeitos?
Por que me olha em tom de censura,
Fazendo-me sentir culpado de minha postura?
Já não faz diferença entre a noite e o dia.
Tudo igual, no rosto, sempre o mesmo olhar.
É como se estivesse a perguntar:
E então, José? E agora, Maria?
Antes não era assim. O espelho oval
Mostrava-me um ser alegre e jovial,
Cabelos penteados a moda da época,
Olhos exigentes, atentos à perfeição
E um olhar sublime de aprovação.
Quando jovem, gastava tempo no espelho,
Pois me sentia feliz e confiante
Era o meu melhor amigo e confidente,
A quem costumava pedir conselho.
Hoje, já não sinto prazer em estar diante dele.
Não quero mais ouvir suas “mentiras”
Quando mostra as rugas próprias de minha idade,
E me faz consciente de minha senilidade.
Espelho, espelho meu!
Responde com sinceridade:
Este homem que eu vejo, sou eu?
Besaliel F Botelho
Agosto de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
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