terça-feira, 30 de junho de 2009

Rosas amarelas, símbolo da saudade,
cultivadas por yvonne Brandes, em sua casa de Fairlawn. New jersey, USA

“Amamos tanto as estrelas que não temos medo da noite.” S.W.

UM RISCO QUE VALE A PENA

Nossa vida é estruturada de tal forma que, de um momento para o outro, a dor da separação vai nos alcançar.
Quando investimos amor em outras vidas humanas, temos de aceitar o risco de um dia nos separarmos delas. Amar é expor-se à possibilidade de sofrer. Mas a beleza do amor vale esse risco. Deixar de amar para não se expor à dor da saudade, é como nunca se ter vivido. A saudade é o preço que pagamos pelo amor.
Você está vivendo um momento de saudades. Alguém que você muito amava partiu. Mas valeu a pena. A ternura do companheirismo, o toque de uma mão amorosa, até mesmo o calor da respiração do ser amado, tudo isso, valeu muito a pena.
O poeta Rubens Alves nos diz que a saudade é o bolso onde a alma guarda aquilo que ela amou e perdeu. Mas, se ela amou, isso está destinado à eternidade.
A saudade é o rosto da eternidade refletido no rio do tempo.
A tristeza faz parte de nossa vida. Não a podemos evitar. Nunca estamos realmente preparados para a morte de alguém. E quando ela ocorre, nosso equilíbrio emocional é grandemente abalado.
Mas nossas lágrimas não devem ser lágrimas de desespero, e sim, lágrimas de saudade.
O verdadeiro cristão ama porque confia que seu Pai celestial o haverá de confortar e ajudar quando a pessoa amada tiver de partir. Ele é o Deus de toda a consolação.
Esta mensagem chega ao seu coração, como um bálsamo ministrado pelo Espírito Santo para curar as feridas causadas pela separação do ente amado.
Recordamos as palavras do salmista: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”

quinta-feira, 25 de junho de 2009
















Pintura de Jasiel Botelho

PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
(Lucas 15:3-6)

Certo Pastor tem no aprisco cem ovelhas;
À frente do rebanho, de cajado ao ombro
Conduze-as às águas de descanso
E aos pastos verdes nas montanhas.

À tarde, quando o sol se deita no horizonte,
Conta as ovelhas chamando-as pelo nome.
E para que não sofram a aridez do deserto,
Cuida das pequeninas com paternal esmero.

Durante a noite as guarda em abrigo seguro.
E á porta do aprisco deitado, o bom pastor
Protege com seu próprio corpo
O rebanho do feroz devorador.


Certo dia, ao fazer a chamada final,
Nota a falta de uma ovelha querida,
Que desgarrada do rebanho ficou retida
Pelas garras ferinas de um denso espinhal.

No aprisco de pedras cercado no campo,
Deixa as demais ovelhas em descanso
E, arriscando sua própria vida,
Vai em busca da ovelha perdida.

À beira de um grande precipício
Encontra sua ovelha desgarrada
Que balia ferida e assustada,
Morrendo de fome e tremendo de frio.

Vendo-a o Pastor seu cajado estende,
Resgatando-a da morte iminente,
E tomando nos braços a ovelha carente,
Ao aprisco regressa pressurosamente.

Chegando a casa, reúne os vizinhos,
Dizendo-lhes: regozijemo-nos amigos,
Pois encontrei minha ovelha perdida
E libertando-a, lhe restaurei a vida.

Esta parábola Jesus Cristo contou
Para nos ensinar da alma o valor,
Dizendo que há muito regozijo no céu
Pelo arrependimento de um só pecador.

Besaliel Fausto Botelho
Inverno de 2009

sábado, 20 de junho de 2009



A VIDEIRA VERDADEIRA
(João 15)

Crescem nas encostas as videiras
Onde também frutificam as oliveiras.
Uma vide de mudas importadas;
Uvas cor de púrpura sazonadas.

O agricultor lança mão ao arado
Remove os entulhos e as pedras
Estende a cerca, bate as estacas
Protege das raposas, o cercado

Escolhe as mudas, planta e espera
Até o tempo da poda na primavera;
Quando o tronco fica sem formosura
Mas no verão cobrir-se-á de verdura

E o clima ameno e ensolarado
À umidade do orvalho somado
Completam de Deus a providência
Garantindo ao fruto sua excelência,

No fim do outono os frutos virão;
E no lagar, as uvas esmagadas
Em bom vinho são transformadas,
Alimentando a alegria do coração.

Então a família se reúne na torre
Pelas sombras da sebe acolhida
Festeja a vindima abundante,
E celebra as alegrias da vida

“Eu sou a videira. Vós os ramos”
Disse Jesus a seus discípulos
Junto a mim deveis permanecer.
Pois sem mim nada podeis fazer,

Besaliel F. Botelho
Verão de 2005



A CHUVA CHEGOU!

A chuva chegou! A chuva chegou!
E de repente tudo fica molhado...
O céu de nuvens inundado
Salva a terra em seu último estertor

As estradas cinzentas de pó;
E os riachos a mostrarem seu leito
De duras pedras polidas feito,
Onde as águas choravam de dó;

A chuva chegou! Que beleza!
Vinda do espaço inunda a natureza.
Canta chuva que a terra te escuta
E dançando, de alegria soluça.

Chuva benfazeja, as árvores te saúdam,
Sacudindo seus ramos agora verdes.
Pois no longo estio, suas raízes enxutas
Escondiam na seiva as flores e as frutas.

Ouço a chuva cantando no telhado.
E pela cadência dos pingos, embalado
Durmo sereno, calmo e protegido,
Dizendo: Meu Deus, muito obrigado!

Oh! A chuva chegou que alegria!
Oh! A chuva chegou, vou cantar.

Besaliel F. Botelho
(Paráfrase do poema de J.J. de Araújo Jorge de igual título)

segunda-feira, 15 de junho de 2009




“EIS QUE TUDO SE FAZ NOVO”

Soam no campanário doze badaladas,
Lentas e saudosamente marcadas,
Em coro, regressivamente contadas,
Acompanhadas de fogos de artifício.
Nos últimos instantes do ano findo.

Nas casas, nas ruas e nas praças,,
Ouvem-se os gritos de alegria do povo,
Dando o primeiro abraço do ano novo.
Cantam ao ritmo de antiga melodia,
Sufocando a tristeza e a melancolia.

O cone de luz avança desde o oriente
Engolindo as densas trevas da noite;
Cedo, raios no horizonte despontam,
Ofuscando a visão de sonolentos
Foliões que do reveillon retornam.

Mais um ano se finda no calendário.
“Eis que tudo se faz novo” diz o criador:
Nova agenda, novo tempo, novo anuário.
E Deus que tudo vê, dá a todos sua mercê:
A bênção inaudita de mais um alvorecer.

Besaliel Fausto Botelho



MENSAGEIRO VIRTUAL

Vai, poema meu querido,
Mensageiro de paz recém-nascido;
Vai pelo mundo a fora,
Vai sem mais demora,
Vai centelha de luz
Dizer a todo o mundo
Que Natal é o natal de Jesus.

Eu te criei nesta manhã de domingo,
Na véspera do dia de Natal.
Atropelei a rima e quebrei a métrica,
Mas te dotei de beleza poética,
Para levares meu abraço natalino
A cada internauta peregrino.

Vai, poema meu querido...
Navega na rede da internet,
Sobe até o mais alto satélite,
E em cada endereço, à terra desce.

Vai, poema meu querido...
Espero que ninguém te delete,
E se um dia à minha caixa voltares
Traz anexo os teus vagares.

Besaliel Fausto Botelho
Natal de 2006
SAUDOSO SACRÁRIO

Mãe, tu és meu saudoso sacrário,
Uma pérola de inestimável valor;
Registro neste poético relicário,
Gratidão por teu incondicional amor.

Tu me aleitaste com o sumo da vida,
Cobristes-me com os teus cuidados,
Consolaste-me com os teus afagos,
Deste-me segurança e guarida.

Neste dia, de teu regaço distante,
Gostaria de ver-te por um instante
E de sentir teu maternal carinho.

Mas não quero, por egoísmo,
Afastar-te do eterno paraíso
Onde habitas na paz do Senhor.



Besaliel F. Botelho
Dia das mães de 2009

domingo, 14 de junho de 2009

O PRIMEIRO MILAGRE

Nas bodas de Caná da Galiléia,
Atendendo a um pedido de Maria,
Jesus faz sua oportuna estréia:
Mudando a tristeza em alegria.

Acabou o vinho, diz pressurosa.
Que tenho eu com isso, mulher?
Inda não é chegada minha hora.
Fazei tudo quanto ele vos disser.

Tragam as talhas da purificação!
Encham-nas de água da fonte.
O fruto da vide é meu presente.
Tirai e levai ao mestre, no salão.

Quando este o novo vinho degusta,
Vai ao noivo e curioso indaga,
A origem do vinho saboroso,
Guardado para o melhor da festa.

Do milagre, só Maria e os serventes
Sabiam, que Jesus transmudara
A água das talhas em bom vinho,
Iniciando o ministério do Caminho.
...
Mais tarde, diria aos discípulos:
Eu sou a videira e vós os ramos;
Permanecei ligados a mim. E então
Dareis frutos de alegria e salvação.
E diria mais, na ultima páscoa,
Quando instituiu a eucaristia:
Este cálice é a nova aliança... Assim
Fazei isto em memória de mim.



Besaliel F. Botelho
6 de junho de 2009