quinta-feira, 12 de julho de 2012

DIVINAL COSMOGONIA

Fim de tarde... o crepúsculo começa.

Paira no ar prenuncio de melancolia.

Nas arvores, o sussurrar da ventania,

No céu plúmbeo, dos enamorados desprezada,

A lua, desmitificada, de tristeza se embaça.

Quando enfim anoitece...

Tentativas de estrelas aparecem,

Pontilhando a imensidão do céu;

É a hora do recolhimento e da prece.

As horas se alongam no inverno

Cada minuto parece ser eterno...

Teme-se que o astro rei não mais retorne

E em seu lugar, soberana, reine a noite.

Não mente nem falha a divinal cosmogonia:

Surge no horizonte o primeiro raio do sol,

Anunciando o raiar de um novo dia:

Um novo começo, mais um arrebol.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

O ARCO-IRIS




Quando Noé abriu a janela da Arca

Naquela manhã do dilúvio, no arrebol,

Viu algo estranho desenhado no céu:

Um grande arco irisado pelo sol.



Linda imagem de variegadas cores,

Com todos os matizes das flores;

Algo visível, mas intangível, como o horizonte

Que une o céu à terra, mas sempre distante.



Após o dilúvio, a vida recomeçara.

Como o ramo de oliveira prenunciara.

“Este é o arco da minha aliança;

Penhor de perdão e de esperança.”



Desde então, após cada tempestade,

Surge no céu o “arco da esperança”

Como prenúncio de paz e bonança,

Revelando de Deus sua bondade.



Bela policromia das artes divinas,

Abraçando o firmamento e as colinas,

E confortando o coração da gente:

Com promessas de vida permanente.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A FLORESTA TROPICAL



Outeiros e vales verdejantes,

Paisagens cobertas de verdura,

Montanhas de contornos ondulantes

Indicando o gênero da natureza pura.



Ambiente de beleza e encantamento,

Trilhas na mata fechada e escura,

Ruído de animais em acasalamento,

Cadeia alimentar que a fome procura.



As copas das arvores maiores

Impedem a penetração da luz solar;

Não se sabe se é dia ou se é noite,

Nem se sabe se lá fora inda brilha o luar.



As gotas frigidas do orvalho matinal

Inda repousam nas folhas gigantes;

O som ritmado das águas cantantes

Quebram o silencio da vida natural.



Calor, umidade, singeleza e variedade.

Meio ambiente e sustentabilidade,

Eis aqui; num esboço poético e digital;

O retrato saudoso da floresta tropical.



Besaliel F. Botelho

A Propósito do Rio+20

Junho de 2012

Cuidado! Sou Fragil


CUIDADO! FRAGIL





Cuidado! Sou frágil.

Tenho a idade dos decanos, e mais,

A leveza e fragilidade dos cristais;

Qualquer atitude rude, quebrar-me-á fácil



Cuidado! Sou frágil.

Aparentemente forte, mas ledo engano;

Tenho a essência de todo ser humano:

Sou um caniço agitado pelo vento, sou frágil.



Toque-me com ternura, com brandura.

Não finja que sou invisível, intangível...

Ao passar, acene; note minha presença.



Trate-me com carinho, dê-me sua mão

Preciso de seu apoio, de seu abraço

Lembre-se, sou frágil, mas sou seu irmão!



segunda-feira, 9 de abril de 2012

MADRUGADA DE RESSURREIÇÃO (2)

A natureza toda desperta com alegria:
É o alvorecer; o raiar de um novo dia.
Nos vales e nas montanhas
Alviçareira noticia ecoa:
Cristo vive! Cristo vive! Aleluia!


O galo da “Fortaleza Antônia” repete seu canto;
O orvalho do monte Hermon recolhe seu manto,
E o bem-te-vi, na copa das árvores, canta:
Eu também vi! Eu também vi!


As águas cristalinas das fontes de Sião
Dedilham nas pedras, no ritmo das moneras,
Uma nova melodia; uma nova canção:
Cristo vive! Cristo Vive! Aleluia!

Na madrugada, mulheres levam especiarias.
Para ungir o corpo santo de Jesus.
E o jumentinho solto nas pradarias,
Saltitante, em trote galopante anuncia:
Cristo vive! Cristo vive! Aleluia!

E o sábado da lamentação, da tristeza e da dor
Cede lugar ao domingo, O Dia do Senhor.
O dia em que Jesus ressuscitou.
Por isso, cantamos:
Cristo vive! Cristo vive! Aleluia!


sábado, 17 de dezembro de 2011

CELEBRAÇÃO NATALINA

Celebramos neste dia
Boas novas de alegria
Proclamadas aos pastores
Nas cercanias de Belém.
Anjos diziam, com louvores:
: “Hoje vos nasceu o Messias,
O Rei da Glória, o Sumo Bem.

E numa humilde manjedoura
Pastores encontraram Maria
Que em seus braços acolhia
Uma encantadora criança.
(Que da vida é a esperança;
Que do mundo é a luz)
E ela dizia: Seu nome é Jesus.

Guiados por estrela peregrina
Magos das terras do além
Chegaram a cidade de Jerusalém,
E ao rei Herodes perguntaram:
Onde está o recém-nascido, Rei dos judeus?
Em Belém da Judéia, responderam,
Conforme vaticinara o profeta de Deus.

Orientados pela luz da estrela peregrina
Foram até a pequenina cidade de Belém
E encontraram José e Maria
Numa humilde e rude estrebaria
E Jesus deitado numa manjedoura;
Abrindo seus ricos tesouros,
Ofertaram incenso, mirra e ouro,
E prostrados O adoraram.

Celebremos o Natal, celebremos!
Com luzes multicores,
Com hinos de louvores
E com sincera devoção.
Jubilosos, nos prostremos
E agradecidos, ofertemos
Os tesouros de nosso coração.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CUIDADO! FRAGIL


Cuidado! Sou frágil.
Tenho a idade dos decanos,
A leveza e fragilidade dos cristais;
Rude atitude quebra me fácil

Cuidado! Sou frágil.
Sólido aparentemente. Ledo engano;
Tenho a essência de todo ser humano:
Sou um caniço agitado pelo vento, sou frágil.

Cuidado!
Toque-me com ternura, com brandura.
Não finja que estou invisível, intangível...
Estou aqui! Veja minha sombra no chão.

Cuidado!
Trate-me com carinho, abra o caminho...
Preciso de seu apoio, de seu abraço;
Lembre-se, sou seu irmão!

...

Cuidado! Sou frágil.
O Senhor é minha fortaleza.
Meu Castelo forte, minha certeza,
Meu criador, meu redentor, minha salvação.

.
Besaliel F. Botelho

terça-feira, 4 de outubro de 2011

LOUÇANIAS DO OUTONO

Ergo minhas mãos ao céu,
Como para alcançar as estrelas
E convido a noite para rodar...
Para bailar... para cantar...

Estrelas mil no firmamento
Iluminam meus pensamentos;
Parecem olhos a piscar, a piscar...
Zombando de meu insano cismar.


Na terra, a brisa levanta pálpebras nas veredas,
Criando a cadeia das louçanias do outono.

A fragrância dos eucaliptos, perpetua a pureza.
Noite e dia, pegadas são orfanadas pela natureza;
Fumaça de lenha tinge as nuvens de lembranças,
A seiva das queimadas viceja a mata na cachoeira de prata.

Terra dura, difícil semeadura, e a chuva,
Bálsamo do grão vindouro,
Rega a pradaria rendilhada pelos fios de ouro.

Besaliel F. Botelho
Inspirado no poeta Márcio Ravache.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

MÃOS VAZIAS

Aproxima-se o final de meus dias
E ainda tenho as mãos vazias,
Diante de vós e do meu Senhor.

Vazias como as mãos do penitente;
Vazias de caridade, vazias de piedade.
Vazias de serviço, vazias de oração.

Hoje, apraz-me confessar, e o faço
A vós, que me seguistes, passo a passo,
Testemunhando minha ingrata omissão.

Estas mãos estendidas, súplices e frias,
São as mesmas do ladrão arrependido
Que clama por misericórdia e perdão.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

DIA DOS AVÓS

26 de julho é o “Dia dos Avós”,
Tanto os maternos como paternos;
Ambos tão presentes em nossas vidas,
Satisfazendo os caprichos dos netos.

No espelho, a figura de uma criança
Estampada em rosto, quase senil;
Onde vemos traços de nosso perfil
Como se fora imagem e semelhança.

Quanto às avós:
Apreciamos seu jeito bondoso de ser,
Amamos sua eterna disponibilidade,
Sua sabedoria, seu apego à verdade
E sua maneira prazerosa de viver.

Quanto aos avôs:
Gostamos de receber seu abraço,
De ouvir seus sábios conselhos,
De curtir suas estórias do passado,
Contando de seus muitos segredos.

De ambos, recebemos precioso relicário:
“Acreditar na vitória do bem e do amor”;
E neste dia bem marcado no calendário,
Queremos manifestar gratidão e louvor.

domingo, 30 de janeiro de 2011

CAMPINAS DOS ANOS SESSENTA

Ah! Campinas, cidade dos meus sonhos!
De minha juventude, os anos mais risonhos;
Cidade acolhedora, pacata e promissora,
Com apenas duzentos mil habitantes,
Mas, uma cidade bela e progressista;
Que um dia acolheu um jovem seminarista.

Ah!, Campinas do Instituto Agronômico;
Do majestoso Seminário Presbiteriano;
Do Departamento dos Correios e Telégrafos;
Do aeroporto internacional de Viracopos
Do saudoso bonde vermelho e amarelo
Que ligava o centro ao mirante do Castelo.

Ah! Campinas da antiga Estação da Paulista
Da Companhia Mogiana e da Santos Jundiaí
De Carlos Gomes, da Ponte Preta e do Guarany
Do Colégio Progresso, do Culto à Ciência, da Escola Normal,
Da Faculdade de Direito e do Palácio dos Azulejos
Onde funcionava a Prefeitura e a Câmara Municipal.

Essa era a Campinas dos anos sessenta!
Que Deus preparou para a família Soares Botelho.
Acrescida da boa gente campineira, amiga e verdadeira.
E ainda nos deu de presente a recém organizada
Igreja Presbiteriana do Jardim Guanabara,
Onde a família cresceu e encontrou guarida.

Cinqüenta anos de lutas e de vitórias!
“Que diremos, pois, a vista dessas coisas?”
Diremos que Deus nos ama e nos quer bem
E faz chegar a bom termo nossa jornada.
A Ele, pois, seja toda honra, louvor e glória
Hoje e para todo sempre, Amém.

Besaliel Fausto Botelho
Culto de Ação de Graças pelos 50 anos
da chegada da família Soares Botelho a Campinas
Janeiro de 2011

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

DIVIDINDO O TEMPO EM FATIAS


No início, o Criador cortou o tempo em fatias:
Doze fatias de tempo para cada ano.
E as dividiu em meses, semanas e dias,
Criando, assim, o calendário humano.
E o relógio, andando no sentido horário,
Marca, em segundos, minutos e horas
A duração de cada instante de nossas vidas,


A terra deveria girar em torno do sol
De tal forma a marcar o tempo do arrebol.
E para evitar a monotonia do eterno
Deu a seu eixo uma pequena inclinação;
O sol deitar-se-ia mais cedo no inverno
E prolongaria os dias estivais do verão.


Como a gente precisasse de dormir e sonhar,
Bondosamente criou a noite escura e silente,
E no céu, o brilho das estrelas e a tênue luz do luar.

Por isso, no final de cada ano que passa,
Nossa vida e esperança se renova,
Aguardando o novo ano que começa.
2010/2011

sábado, 25 de dezembro de 2010

TIQUE TAQUE, TIQUE TAQUE

O presente inexiste, minha gente!
Vejam no relógio de parede
Os ponteiros a indicar o tempo
E ouçam o ruído do pêndulo,
Um tique taque apenas é presente;
Antes dele tudo é passado,
Depois dele, tudo é futuro;
Ilusão de um presente almejado.

A vida é um tique taque que se repete:
Tic tac, tic tac, tic tac, tic tac;
Efêmero como o tique que o antecede;
Engolindo, do futuro, a ansiedade,
Deixando, no passado inerte,
Um rastilho de dor e de saudade.

O instante fugaz do presente
É a única coisa real que existe,
Pois esse tique taque tão fremente
Marcará o nosso dia de ausente.

Ao entrarmos no eternal descanso
Onde somente o presente existe,
Já não haverá lágrimas nem pranto,
E nunca mais a gente fica triste.


Dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

TUDO ISSO É NATAL

Mil sinos a tocar;
Mil anjos a cantar;
Mil louvores; Mil cantores;
Mil canções pelo ar.

Pastores no entorno de Belém;
Rebanhos de ovelhas a pastar;
Uma humilde hospedaria;
O Menino Salvador;
Uma Mãe chamada Maria;
Noite de paz! Noite de amor!

Presente vindo do céu;
Deus conosco: Emmanuel!
Jesus, o Rei, o Messias;
(Cumprimento de profecias)
Amor eterno sem igual;
Tudo isso é Natal.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"Sagrada Família" de autoria do meu neto Gustavo Schlindwein Botelho