sábado, 25 de dezembro de 2010

TIQUE TAQUE, TIQUE TAQUE

O presente inexiste, minha gente!
Vejam no relógio de parede
Os ponteiros a indicar o tempo
E ouçam o ruído do pêndulo,
Um tique taque apenas é presente;
Antes dele tudo é passado,
Depois dele, tudo é futuro;
Ilusão de um presente almejado.

A vida é um tique taque que se repete:
Tic tac, tic tac, tic tac, tic tac;
Efêmero como o tique que o antecede;
Engolindo, do futuro, a ansiedade,
Deixando, no passado inerte,
Um rastilho de dor e de saudade.

O instante fugaz do presente
É a única coisa real que existe,
Pois esse tique taque tão fremente
Marcará o nosso dia de ausente.

Ao entrarmos no eternal descanso
Onde somente o presente existe,
Já não haverá lágrimas nem pranto,
E nunca mais a gente fica triste.


Dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

TUDO ISSO É NATAL

Mil sinos a tocar;
Mil anjos a cantar;
Mil louvores; Mil cantores;
Mil canções pelo ar.

Pastores no entorno de Belém;
Rebanhos de ovelhas a pastar;
Uma humilde hospedaria;
O Menino Salvador;
Uma Mãe chamada Maria;
Noite de paz! Noite de amor!

Presente vindo do céu;
Deus conosco: Emmanuel!
Jesus, o Rei, o Messias;
(Cumprimento de profecias)
Amor eterno sem igual;
Tudo isso é Natal.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"Sagrada Família" de autoria do meu neto Gustavo Schlindwein Botelho

sábado, 23 de outubro de 2010

GRAÇA E GRATIDÃO

Graça é favor não merecido;
Socorro divino na hora da aflição,
Cura para um ser tão desvalido,
Que anda perdido na escuridão.

Nos ledos anos de minha juventude,
Senti a graça de Deus, em todo tempo;
Graça manifestada, em cada livramento,
Na vereda sinuosa de minha vida.

Mãos dadas com esposa, tão querida,
Apropriei-me da graça concedida,
E caminhamos juntos nossa jornada.

A Deus, manifesto hoje gratidão,
Por tantas bênçãos imerecidas;
A Ti elevo meus olhos e meu coração.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

FOBIAS DA TERCEIRA IDADE

Medo do futuro e do amanhã incerto,
Do estranho que lhe chegar perto;
Medo da imagem vista nos espelhos
E das cãs que alvejam seus cabelos

Medo de perder o cônjuge amado
E de ficar sozinho e abandonado;
Medo do morrer, do sofrer e da dor,
Da enfermidade e do satânico furor.

Medo das catástrofes da natureza
Das calamidades e das incertezas;
Medo da solidão e da melancolia,
Da depressão e da letal nostalgia.

Medo da indigência e da necessidade,
Do abandono e do esquecimento;
Medo de viver vida sem qualidade
E de perder todo entendimento.

terça-feira, 3 de agosto de 2010




O OUTONO É TEMPO DE COLHEITA


Para muitos, a velhice é tempo de inverno;
O tempo dos ais, da insegurança e dos temores;
Mas para o semeador que lançou a boa semente
É o tempo feliz de colheita e dos amores.

Como flocos de neve caindo no caminho.
A velhice nos chega bem de mansinho;
Um dia acordamos e quando amanhece,
Notamos que a vida já se fez breve.

O mundo está mais belo e transparente
Pelo efeito salutar do sol poente;
Pois os defeitos, antes tão evidentes,
Desaparecem da visão e da mente.

Portanto, alem de colher o fruto abundante,
Passamos a ver em tudo beleza e harmonia;
Mais importante que o passado distante
É viver o dia de hoje com gratidão e alegria.

domingo, 1 de agosto de 2010


PINTAREI UM ARCO-ÍRIS DE PRESENTE PARA VOCÊ

"o que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do
Senhor." Prov.18,22.

Pintarei um arco-íris no céu de presente para você
E o pendurarei nas alturas, para todo mundo ver;
Com minha paleta mágica, misturarei as tintas
Para obter todas as nuances coloridas.

Pintarei um arco-íris no céu de presente para você,
Desde vermelho purpúreo, passando pelo azul celeste,
Ao verde brilhante de teus olhos em prece,
Refletindo em luzes e cores o meu bem querer.

Pintarei um arco-íris no céu de presente para você,
Com braços abertos, abraçando a amplidão.
No fim do arco-íris, em vez do “pote de ouro”
Você achará um tesouro: o meu coração.

Para Quitéria em comemoração
Ao 56º. Aniversário de nosso casamento ocorrido
31 de julho de 1954

sábado, 24 de julho de 2010


A LIÇÃO DO BOTÃO DE ROSA

É apenas um pequeno botão de rosa,
Uma flor projetada pelo Criador;
Tentei desenrolar as pétalas da rosa
Usando os dedos de minha rude mão

Queria conhecer sua total beleza
Escondida nas dobras da natureza.
Nada consigo, por mais que tente
Mas Deus faz isso tão facilmente!

Ora, Se não sou capaz de desabrochar
Uma simples flor por Deus projetada,
Como terei a sabedoria para antecipar
Um só momento de minha jornada!

Resta-me confiar em Deus somente;
Deixar que me conduza sabiamente,
Buscando sempre a orientação divina
A cada passo, a cada momento, na vida

O caminho que está diante de mim,
Somente o Senhor Deus conhece,
Pois o futuro a ele revelar compete
Como o faz com as rosas no jardim.

Versão do poema “God,s Rosebud”
De autoria desconhecida.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

DIA DAS AVÓS

Quem inventou o dia das Avós
Não sabia que dela é todo o dia,
Pois ela está tão presente em nossas vidas,
Que faz de cada dia um dia alegre e festivo.

Quando me olho no espelho, vejo u,a criança
Estampada em seu rosto quase senil;
Traços bem nítidos de meu próprio perfil
Como se fora minha imagem e semelhança.

Gosto de seu jeito bondoso de ser,
De sua eterna disponibilidade,
E de seu amor pela verdade.
De sua maneira prazerosa de viver.

Gosto de receber seu abraço,
.De pedir seus conselhos de luz,
De ouvir suas estórias benditas,
Contando-me do amor de Jesus.

De minha avó recebi eterna herança:
A confiança inabalável no Senhor;
E nestes versos de rimas infantis,
Celebro seu dia com gratidão e amor.



Julho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

SUBSTITUIÇÃO PERFEITA

“Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios”
(Romanos 5:6)

Desde o dia 11 de junho deste ano, nossa atenção está voltada para Johanesburgo, e demais cidades da África do Sul, onde estão sendo disputados os jogos da Copa Mundial de Futebol. Os aficionados pelo futebol dizem que a Copa é “o maior show do planeta”.
Mesmo os que não são fâs de futebol, como o autor destas notas, estão direcionados pela mídia para assistirem os jogos pela televisão. O ruído ensurdecedor das “vuvuzelas”, sopradas pelos torcedores nos estádios ressoam pelo mundo inteiro. A Seleção Brasileira esta buscando mais um título de Campeão Mundial de Futebol.
Diariamente, especulamos sobre quais as equipes serão vencedoras. Na última terça-feira, a equipe brasileira, venceu a partida por um gol de vantagem sobre a Korea do Norte, quando a expectativa era de, pelo menos, quatro gols. E neste domingo, quando estivermos lendo esta página do boletim, nossa Seleção estará disputando a segunda partida contra a equipe de Costa do Marfim.
Recordamos a Copa de 1998, quando a Itália estava no início do terceiro jogo da fase final, e Alessandro Nesta, um dos melhores defensores da equipe italiana, machucou-se e teve de ser substituído. No banco de reserva estava Giuseppe Bergoni, com 18 anos de experiência e um dos melhores representantes da Seleção Italiana. Sua rica experiência e habilidade faziam dele o substituto perfeito: O homem certo para o momento exato.
O Evangelho nos fala de uma substituição que foi infinitamente mais importante e oportuna: Jesus Cristo tomou o nosso lugar para fazer o maior gol da história e nos tornar vencedores – salvando-nos da morte eterna. Jesus tomou o nosso lugar, no momento oportuno, quando foi pregado na cruz.
Jesus é o perfeito substituto. João o Batista já vaticinara: “Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”. Machucados pelo pecado, não podemos continuar na peleja. Como Alessandro Nesta, precisamos de um substituto que esteja a altura. Ao contrário do que acontece no futebol, a decisão não é do “técnico”, mas de Deus. Ele enviou seu filho ao mundo para nos substituir na luta contra o pecado (João 3:16).
Precisamos deixar que Cristo tome nosso lugar. Ele não somente é o “capitão” que comanda nossas vidas, mas o grande Rei sobre toda a terra. Lembre-se disso quando estiver torcendo pelo Brasil, nas quartas de final e dê graças a Deus porque já alcançamos a vitória em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Besaliel F. Botelho/Rev.

terça-feira, 4 de maio de 2010

ANTES DE SER MÃE.

Antes de ser mãe...
Eu era uma internauta notívaga
Dormia tarde e não tinha hora para me levantar,
Gastava tempo penteando os cabelos.
Cuidava da aparência e amava os espelhos

Antes de ser mãe...
Minha casa vivia sempre arrumada
Não havia brinquedos para tropeçar
Nem tropeçava nas palavras
De uma simples canção de ninar.

Antes de ser mãe...
Ninguém vinha antes de mim.
Não me preocupava com a previsão do tempo,
Nem com vacinas ou plantas venenosas no jardim.

Antes de ser mãe...
Ninguém me sujava o vestido
Mastigava meus dedos, cuspia em meu colo
Ou dominava minha mente e pensamento.

Antes de ser mãe,
Nunca segurara uma criança por instantes
Que me olhava com olhos suplicantes
Enquanto o médico lhe aplicava uma injeção,
.
Antes de ser mãe,
Nunca ficara tão gloriosamente feliz
por causa de um simples e meigo sorriso;
Ou sentada altas horas de noite
Diante de um bebê a dormir tranqüilo;

Antes de ser mãe
Nunca segurara um bebê dormindo no colo
por não querer devolve-la ao berço,
Nem sentira o coração partir-se em mil pedaços
por nada poder fazer para curar um dedinho ferido.

Antes de ser mãe
Nunca pensei que algo tão pequenino
pudesse afetar tanto o meu destino;
Ou que eu pudesse amar tanto alguém
E sentir tanto prazer em ser mãe também.

Antes de ser mãe
Não conhecia o sentimento
de ter o coração fora de mim
E com maternal aleitamento
Matar a fome de um bebê assim.

Antes de ser mãe
Não conhecia os laços
que ligam uma mãe a uma criança;
E que ter um pequenino ser em meus braços
Pudesse me trazer tanta alegria e esperança.

Antes de ser mãe
Nunca me levantei no meio da noite
apenas para ver se tudo estava bem.
Nada sabia sobre o calor, a alegria, o amor,
e a maravilhosa satisfação de ser uma mãe também.

E digo mais: antes de ser uma avó
Eu não sabia que toda experiência de mãe
Seria duplicada dentro de mim.
Pois uma avó é mãe duas vezes, sim.

Versão livre do Poema “Before I was a mom”
DIA DAS MÃES!

“Feliz dia das mães!” é a frase que mais repetimos neste mês. Maio é considerado o mês do lar e o segundo domingo é consagrado à “rainha do lar”.
Essa é uma homenagem bem merecida. O dom da maternidade é um privilegio da mulher. Deus a dotou de recursos físicos, psicológicos e emocionais para que cumprisse a missão de ser mãe.
Além de suportar o desconforto de uma gestação prolongada, acresce-lhe o cuidado diuturno com o bebê. Noites seguidas de sono interrompido, trocas de fraldas a cada instante, o aleitamento materno tão vital para a sobrevivência do bebê, o coração partido em mil pedaços por ver o filhinho sentir dor e nada poder fazer.
Os dias passam e o bebê torna-se uma criança que começa a andar e depois a correr. Os cuidados aumentam. Mais um filho está a caminho. Como verdadeiro malabarista, a mãe se desdobra em cuidados. E quando nasce o segundo filho, tudo se repete, agora em duplicata. E o pai que a tudo observa, quer ajudar, tenta dividir as tarefas, mas falta-lhe aptidão e quando as coisas se complicam, pede socorro. Coisas simples, como fazer um criança para de chorar, desafia a inteligência de qualquer executivo bem sucedido.
Portanto, filhos e filhas, aproveitem a oportunidade deste dia para agradecer a sua mãe tudo o que ela fez por vocês. Agradeça, especialmente a Deus por ter criado um ser tão especial como as mães.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

SAUDOSO RELICÁRIO

Mãe, tu és meu saudoso relicário,
Uma pérola de inestimável valor;
Registro neste poético berçário,
Minha gratidão por teu ingente amor.

Tu me aleitaste com o sumo da vida,
Cobristes-me com os teus cuidados,
Consolaste-me com os teus afagos,
Deste-me segurança e guarida.

E hoje, do tempo e do espaço distante,
Gostaria de ver-te só por um instante
E de receber teu maternal carinho.

Mas, seria de minha parte puro egoísmo,
O querer privar-te, um instante do paraíso
Onde habitas, eternamente, com o Senhor.
APROPRIAÇÃO DA GRAÇA DIVINA

Graça é um favor não merecido;
Socorro divino na desesperança;
Perdão para um pobre desvalido,
Que se faz novamente criança.

Aproprie-se dessa graça, sem tardança
Aceite o perdão que lhe é oferecido;
Tenha a humildade de uma criança,
Deixando-se guiar pelo Santo Espírito,
. . .
Nos anos frutuosos de minha vida,
Senti a graça de Deus, em todo tempo;
Graça manifesta em cada livramento
Na tortuosa estrada percorrida.

Com a ajuda da esposa tão querida,
Apropriando-me da graça concedida.
Cumpri com alegria a grande comissão.

A Ti, ó Pai, elevo o meu coração
Agradecido por tua graça infinita:
Favor imerecido: Reconciliação.

sábado, 17 de abril de 2010

DADIVAS DIVINAS

Luzes resplendentes nas colinas,
Flores e relva verde nas campinas,
Campos e vales banhados de sol;
Saturados de tintas no claro arrebol.

Pássaros multicores em santa harmonia,
Sons e encantos num frenesi de alegria;
Vida abundante, resplendorosa de luz,
Dádivas divinas derramadas a flux.

Como o sol que espalha luz e calor,
Deus torna a vida mais bela e melhor,
Enviando ao mundo seu filho Jesus.

Que habitou conosco em santa comunhão
E nos deu vida plenária, paz e perdão,
Por nós derramando, seu sangue na cruz.

domingo, 11 de abril de 2010

FINAL DE SEMANA

Sábado de abril, de clima incerto,
Dia de outono, como se fora inverno;
Céu azul e o sol brilhante lá fora,
Tempo passando, alongando as horas.

Agenda vazia como a de um executivo
Que sofre a pausa da lide semanal;
Caminhando sem rumo e sem motivo
Pensando nos números do relatório final.
.
Trânsito fluente nas ruas e avenidas,
Estacionamento livre nas travessias;
Um convite ao lazer e à reflexão.
Um descanso criado por Deus,
No dia último da criação.

Mas para curar a alma do vil metal
Não basta apenas o lazer semanal;
Faz -se mister um domingo de ressurreição
Para recarregar as energias perdidas
E satisfazer as necessidades do coração.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

JESUS RESSUSCITOU!

É cansativa e longa a caminhada,
Na escuridão daquela noite fria,
Das três mulheres, pela madrugada,
Ansiosas pela luz do novo dia.

Pela última vez desejam ver,
De Jesus Cristo, o tão querido rosto;
Com lágrimas e aromas envolver
Seu corpo, que na tumba fora posto.

Maria, Salomé e Madalena
Ao avistar, de longe, a sepultura
Põem-se a pensar na dolorosa cena
Tomadas de tristeza e de amargura.

Mas ao chegarem, a pedra removida
Deixa ver que o sepulcro está vazio.
Não teriam sequer uma despedida
Que consolasse o amanhã sombrio!

- O corpo certamente foi roubado!
- Mas quem fez isso e pra onde o levou?
Reparam, então, no anjo ali sentado,
Que lhes afirma: Ele ressuscitou!

Tomadas de alegria vêem Jesus!
Ele lhes fala e aos outros vão contar:
- Jesus venceu a morte lá na cruz!
Na Galiléia, vai conosco estar!

E no divino encontro ali marcado,
Em meio a sentimentos de vitória,
Os discípulos são desafiados
Pelo IDE, que muda a nossa história.

Firmados na promessa de Jesus
- De estar com eles, de dar-lhes poder -
Espalhariam do Evangelho, a luz,
Com ousadia e sem esmorecer.

Jesus ressuscitou! Eis a mensagem,
Que permanece viva e eficaz;
Que faz da morte uma simples passagem
Pra a vida eterna, de alegria e paz!

Lêda Rejane Accioly Sellaro
Contribuição de Enylce Bispo
Recife, Pe

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O TRÍDUO PASCAL

Na Quinta-Feira Maior:
A páscoa, o lava pés, o pão e o vinho;
Na Sexta-Feira da Paixão:
O julgamento, a cruz, a morte e a coroa de espinho;
No Sábado do Descanso:
A sepultura, o desânimo e o caminho de Emaús;
No Domingo, alta madrugada:
A surpresa, o túmulo vazio, a ressurreição de Jesus.

Na terra –
A sombra sinistra do calvário;
No céu –
O Pai aceita o sacrifício vicário;
Nos lares –
O silêncio, o jejum e a oração;
Na alma do crente –
A vida eterna, a paz e a salvação.

No universo inteiro:
Volta a brilhar a Estrela de Belém;
Na madrugada de domingo:
A notícia alvissareira: Cristo vive! Aleluia!
Sim, Ele vive! E nós viveremos também.

terça-feira, 30 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

SAUDADES DE CASA

Na solidão do alojamento
Numa tarde fria de inverno,
Volta o pensamento ao lar materno
Tão distante, no espaço e no tempo.

Grande nostalgia invade sua alma.
Que estariam fazendo agora,
Neste momento, nesta hora?
Era a pergunta recorrente
Que lhe fazia perder a calma.

Embalada por devaneios, adormece.,
O telefone toca e ela desperta,
Do outro lado da linha
Uma voz querida exclama: Quésia,
É mamãe quem fala!

Então o milagre acontece:
Transmuda-se a nostalgia,
A tristeza foge pela janela
E o coração salta de alegria.

Momy, é você, meus amores?
Queria tê-la ao meu lado neste instante,
Sentir seu abraço aconchegante,
E dividir consigo os meus temores.

São tantas as novidades da jornada
Que as palavras se atropelam na mente...
E ignorando os impulsos da chamada,
O bate-papo flui alegre e docemente.

Todos aqui pensam que eu sou tímida.
Ninguém aqui fala minha língua,
Tento me comunicar por mímica.
E eu que gosto de falar pelos cotovelos,
Vivo a conversar diante dos espelhos.

Diga a “Kize”, minha sósia tagarela,
Que mando um Kiss para toda a “Galera”.
Diga também a Quely que sinto falta dela
E para você, momy, Mil beijos, da Quésia.


Escrito para Quésia quando ela acabara de chegar
No internato da escola, na Califórnia.
1º. de janeiro de 2009

domingo, 14 de março de 2010

INSPIRAÇÃO

Vai poeta, persegue a leda rima!
Fazer versos é como lutar esgrima:
Avanço e recuo, a pena na mão
Qual lâmina de aço, ferindo o espaço,
Perseguindo a fugidia inspiração.

Vai poeta, o vate jamais desanima!
Busca sempre o sentido da vida;
Não importa se estais alegre ou triste,
Pois a tristeza é a mãe da poesia,
Como a saudade o é da nostalgia.

Nada mais eterno que um belo poema
Escrito com sentimento e pena;
A vida é efêmera, o corpo tornar-se-á em pó,
Mas o espírito, que tem a marca de Deus,
Este permanece perenemente, só.

sábado, 13 de março de 2010

HOJE É TEMPO DE SONHAR

Sonha juventude, sonha!
Hoje é tempo de sonhar;
A vida consiste na esperança
De um grande sonho realizar.

Quem não sonha, não vive,
Pois viver é, de manhã acordar
E esperar que se realize
O sonho que se acaba de sonhar.

Quando se deixa de sonhar.
Em lugar de esperanças,
Ficam tristes lembranças...

Não tenha medo de sonhar;
É melhor ter desenganos na vida
Do que viver sem ter o que esperar.

segunda-feira, 8 de março de 2010

MÃOS VAZIAS

Aproxima-se o final de meus dias
E ainda tenho as mãos vazias,
Diante de vós e de meu Senhor.

Vazias como as mãos de Job
Vazias de caridade, vazias de piedade.
Vazias do tempo, vazias de amor.

Hoje, apraz-me confessar, e o faço
A vós, que me seguistes, passo a passo,
Testemunhando minha ingratidão,
Por nada fazer, quando tudo tinha à mão.

Então vejo as marcas dos cravos
Nas mãos puras e santas de Jesus
Marcas deixadas por cravos na cruz.

Minhas mãos vazias, súplices e frias,
Mas confiantes nos milagres do amor,
Da graça e da misericórdia do Senhor.

Quadra da Quaresma de 20 10

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ECLESIASTES

Todas as manhas nascem para morrer
Como as ondas que se espraiam...

Sol a pino, sombras inertes por um instante
Logo se inclinam, pois, o sol em seu rompante
Caminha, grau ante grau, na direção do poente.

Aurora e poente apresentam a mesma beleza
A mesma brisa perpassante,
o mesmo colorido no horizonte,
o mesmo zumbido nas colméias,

mas tudo é pura ilusão.
Veja que terrível diferença:
As manhas caminham para a luz
As tardes, meu Deus, para a escuridão!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

UM NOVO MANDAMENTO

Não há coisa melhor que ouvir dizer:
Gosto tanto de você!
Ouvir um simples “bom dia”
De alguém que nos saúda com alegria?

Nosso ego sente-se massageado
E um sorriso emoldura nossa face
Coisa melhor não há que um abraço
Quando nos falta carinho e lealdade.

Invejamos “o outro” para ser amado;
Receber os afagos e o carinho
De quem encontramos no caminho
E da nostálgica solidão ser curado.

Aprendi no Evangelho um novo mandato:
Coisa mais importante é amar que ser amado;
Que há mais alegria em dar que receber.
Pois amar dá mais sentido ao viver.
COLECIONANDO FELICIDADES

Pessoas há que colecionam coisas:
Filatélicos selos; Milionários, carros antigos;
Os jovens colecionam amigos
E os idosos, suas ternas lembranças.

Quanto a mim, prefiro colecionar “felicidades”.
Costumo abrir a caixinha de memórias
Para dar polimento à minha coleção,
Uma a uma, sem qualquer distinção.

O momento propício é o do entardecer,
Quando a azáfama do dia cessa,
A tarde já não tem pressa
E gozo a delicia de nada fazer.

Sentado ali, defronte da janela,
Vendo o sol esmaecer no horizonte,
Ouço o canto dos pássaros em querela
Na magia das cores do poente.

Tudo isso vem ao pensamento
Emoldurando esse precioso momento.
Então, tomo a “flanelinha” da mente
E as passo a polir até ficarem reluzentes.

Por fim, passo a contá-las
E noto que se multiplicaram
Desde a última vez que as contei.
As pequeninas são as mais brilhantes
E me comovem até às lágrimas;
Outras provocam apenas um leve sorriso
Mas todas são preciosas para mim
Sabem por que?
Porque foram vocês quem m´as deram.

Verão de 2003